quinta-feira, 22 de abril de 2010

URGENTE: CINCO PASSOS PARA A QUEDA DOS GRANDES MINISTÉRIOS

Esse artigo foi enviado por um Pastor Amigo, William Pessoa, e pode ser encontrado, na íntegra, na Revista Cristianismo Hoje. Como o texto é um pouco longo, resolvi editá-lo. Vale a pena ler:

O declínio de uma igreja passa por cinco estágios nem sempre fáceis de perceber

Um pouco antes de terminar meus estudos em teologia, fui convidado para pastorear uma congregação no sul do Illinois, nos Estados Unidos. Aquele foi meu primeiro grande despertamento para as realidades da liderança pastoral – e uma experiência um tanto desconfortável. As habilidades ou dons que levaram a congregação a me convidar a ser seu líder espiritual foram, provavelmente, meu entusiasmo, minha pregação e minha aparente habilidade – mesmo sendo ainda jovem – em alcançar pessoas e fazê-las sentirem-se cuidadas.

(...) Com meus 27 anos, eu estava completamente perdido. Passara meus anos no seminário pensando que tudo que alguém precisava para liderar era uma mensagem carismática e uma visão encorajadora, e tudo o mais na vida da igreja seria perfeito. Ninguém havia me falado sobre grupos a serem dirigidos, equipes esperando resultados e congregações precisando ser curadas. Há quem tenha bom conhecimento de como conduzir uma comunidade cristã. Eu não tinha.

Geralmente, quando se entra num processo de crescimento descontrolado de uma organização, abandonam-se os princípios sobre os quais ela foi constituída

Foi naqueles dias de angústia que fui apresentado ao meu primeiro livro de liderança organizacional, The Effective Executive (“O executivo eficiente”), de Peter Drucker. Ali, percebi como as pessoas estão dispostas a alcançar objetivos que não podem ser atingidos. Aquele livro, provavelmente, me livrou de um nocaute no primeiro round em minha vida como um pastor. (...)

Recentemente, Collins e seu grupo de pesquisadores escreveram uma obra menor, com o nome How the Mighty Falls (ainda sem titulo em português), que segundo ele começou como um artigo e terminou como um livro. Collins afirma que foi inspirado em uma conversa durante um seminário, no qual alguns poucos líderes de setores tão diversos como o militar e o de empreendimentos sociais reuniram-se para explorar temas de interesse comum a todos. O tema era a grandeza da América e os riscos desse gigantismo.(...)

O primeiro é a autoconfiança como fruto do sucesso. “Prestamos um desserviço a nós mesmos quando estudamos apenas sobre o sucesso”, afirma Collins. Uma pesquisa e análise acerca de empreendimentos, até mesmo na literaturas de liderança eclesiástica, mostra que poucos livros investigam as raízes do fracasso. Parece que existe no segmento cristão a presunção de que o sucesso é inevitável, razão pela qual não se torna necessário considerar as possíveis consequências de uma queda. A confiança exagerada em si mesmos, nos sistemas que criam ou na própria capacidade para resolver tudo faz com que os líderes não enxerguem seus pontos de fraqueza. Subestimar os problemas e superestimar a própria capacidade de lidar com eles é autoconfiança em excesso. A ganância e a busca desenfreada por mais é outra das principais situações que derrubam um grupo ou organização. Geralmente, quando se entra nesse processo descontrolado, abandonam-se os princípios sobre os quais a entidade foi constituída.

A busca pelo crescimento exagerado é o segundo estágio que antecede a derrocada, seja de uma organização secular ou de um ministério cristão. Muitos líderes tornam-se cegos pelo êxtase do expansionismo. Constantemente surge uma necessidade em tais líderes de mostrarem-se capazes, e eles não conhecem outra forma de fazer isso que não seja tornando seus empreendimentos maiores, independente das consequências. É a incessante idéia de que tudo tem que crescer e crescer. Todavia, impressiona o fato de que a cobrança de Jesus aos seus discípulos estivesse relacionada à necessidade de fazer novos discípulos, e não de construir grandes organizações. Ele parecia saber que discípulos bem treinados em cada cidade e povoado dariam conta de conduzir o movimento cristão de forma saudável. Talvez Jesus temesse exatamente o que está acontecendo hoje: a sistematização do movimento cristão, sua centralização e expansão tão somente para causar uma impressão.

O terceiro estágio de declínio identificado por Collins é desencadeado quando líderes e organizações ignoram ou minimizam informações críticas, ou se recusam a escutar aquilo que não lhes interessa. A negação dos riscos é um perigo iminente – e riscos não levados a sério são justamente aqueles que, posteriormente, causam grandes estragos na organização. É preocupante, para Collins, quando organizações que baseiam suas decisões em informações inadequadas. Em meu ministério de liderança, cedo aprendi a temer conselhos que começam com expressões como “Estão dizendo” ou “O pessoal está sentindo”. Prefiro valorizar dados precisos, vindas de pessoas confiáveis, sábias, que se engajam na tarefa de liderar a comunidade com sensatez. Isso nos possibilitou caminhar ao lado de gente que jamais imaginávamos que caminharia conosco. Nada me foi mais valioso do que receber, delas, informações que me ajudaram a conduzir minha congregação.

O estágio quarto começa, escreve Jim Collins, “quando uma organização reage a um problema usando artifícios que não são os melhores”. Ele dá como exemplo uma grande aposta em um produto não consolidado, o lançamento de uma imagem nova no mercado, a contratação de consultores que prometem sucesso ou a busca de um novo herói – como o político que vai salvar a pátria ou o executivo que em três meses vai tirar a empresa do buraco. Eu me lembro de épocas nas quais eu estava desesperado por vitórias que fariam com que minha igreja deixasse de caminhar na direção em que estava caminhando – para o abismo. Ao invés de examinar o que nossa congregação fazia nas práticas essenciais de serviço ao povo, centrada no serviço a Cristo, fui tentado a me concentrar em questões secundárias: cultos esporádicos de avivamento, programações especiais, qualificação de nossa equipe de funcionários. Hoje eu vejo o que tentei fazer: promover salvação de vidas através de publicidade, uma grande apresentação o um excelente programa. Graças a Deus, aprendi – assim como aqueles ao meu redor – que artifícios assim não funcionam. O que funciona é investir em pessoas, discipulá-las, conduzi-las a Jesus e adorá-lo em espírito e em verdade, fazendo com que as coisas estejam em seu devido lugar.

Collins menciona ainda o estágio cinco da decadência, que é o da rendição. Se as coisas saem do eixo organizações como igrejas tendem a perder a fé e o espírito. Penso que o templo em Jerusalém deve ter ficado dessa forma quando Jesus se retirou de lá e disse que não voltaria àquele lugar. Ele estava antecipando o dia, que estava por vir, quando não restaria pedra sobre pedra ali. Não muito tempo atrás, eu estava em frente ao templo de uma igreja no País de Gales. Na porta, estava a seguinte placa: “Vende-se”. Uma outra placa indicava que aquele prédio havia sido construído no período do grande avivamento britânico, no século 18. Agora, o prédio estava escondido entre a vegetação, completamente abandonado.
Quando começa a morte de uma organização? Quem perdeu os sinais que indicam vida? Quem abandonou os princípios essenciais? Quem não entendeu as informações? Quem está correndo, completamente perdido no meio da multidão, sem saber pra onde ir? Essas são boas perguntas. Se ignoradas, a igreja cairá.

Gordon MacDonald é editor da revista Leadership
First published in Leadership Journal, copyright © 2010.
Used by permission, Christianity Today International
Tradução: Daniel Leite Guanaes

Fonte: revistacristianismohoje.com.br

Maranata. Ora Vem Senhor Jesus!
Deus abençoe a todos.
No Amor de Cristo!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA PARA INICIANTES (PARTE III)




















A ALTA CRÍTICA

Do latim “altus”, significa elevado; e do grego “kriticós”, significa julgar. A Alta Critica é o nome dado ao método literário pelo qual se determina a autoria, a data, as circunstâncias, etc., em que foram compostos os livros sagrados. Por ele, também se verifica as fontes literárias e a confiabilidade histórica das Escrituras. A Alta Crítica é um método científico no qual não se leva em conta a inspiração plenária das Escrituras. Vale-se, apenas, dos meios de autenticação, como as descobertas arqueológicas, a análise histórico-cultural, os estudos geológicos. O problema é que, na Bíblia, há inúmeros episódios que não podem ser comprovados cientificamente, e é aqui que os teólogos modernistas encontram margem para pôr em descrédito as verdades sagradas.

Na verdade, o método da Alta Crítica, em si, é importante e necessário para se fazer a exegese bíblica. Mesmo os teólogos comprometidos com a inspiração plenária da Palavra de Deus o utilizam. Infelizmente, os teólogos modernistas usam-no para outra finalidade nada nobre: duvidar da inerrância das Escrituras. Vê-se que o problema não está no método, mas em sua utilização.

A Alta Crítica e o Liberalismo Teológico
O Liberalismo Teológico não é uma religião ou uma organização ideológica possuidora de templos, funcionários ou sociedades. Trata-se de uma tendência de ajustar o Cristianismo aos conceitos criados a partir da Alta Crítica da Bíblia, da ciência e das divagações filosóficas. Tal tendência apresenta-se sob diversos outros títulos: Modernismo, Racionalismo, Nova Teologia, etc.

Os Fundamentos históricos dessa tendência remontam o ano de 1753, quando Jean Astruc (1684-1766), francês, professor de Medicina em Paris, publicou, anonimamente, em Bruxelas, o livro Conjecturas Sobre as Memórias Originais que Parecem Ter Sido Usadas por Moisés na Composição do Gênesis. Astruc, que foi médico do rei Luz XV, da França, duvidou da origem mosaica do Pentateuco e de sua historicidade. Até então, a autoria de Moisés era inquestionável, e a atitude de Astruc ensejou outros questionamentos por parte de teólogos desprovidos do compromisso com a inspiração plenária da Palavra de Deus. Entende-se, todavia, que Moisés é o autor do Pentateuco, e há evidências internas e externas que comprovam isso.

Conseqüências do Mau Uso da Alta Crítica pelos Teólogos Modernistas
Em resumo, mediante a Alta Crítica, os teólogos modernistas cometem os seguintes erros:
- Questionam o inquestionável, atribuindo contradições ao texto sagrado.
- Para eles, Jesus deixa de ser Deus e Homem perfeito, para ser apenas um profeta, destituído de todos os seus atributos.
- Enfatizam o relativismo, contribuindo para o rebaixamento dos padrões morais, para o surgimento de atitudes irreverentes em relação à Divindade, além de gerarem dúvidas acerca da inspiração plenária das Escrituras.

LIBERALISMO TEOLÓGICO MODERNO

Do latim, “liberare” significa tornar livre. Movimento que, tendo início no final do século XIX na Europa e nos Estados Unidos, tinha como objetivo extirpar da Bíblia todo elemento sobrenatural, submetendo as Escrituras a uma crítica científica e humanista. No liberalismo teológico, via de regra, não há lugar para os milagres, profecias e a divindade de Cristo Jesus. O principal instrumento do liberalismo teológico não é a revelação: é a especulação. Em suma: trata-se de uma abordagem meramente filosófica da Palavra de Deus. E, como as coisas espirituais só podem ser discernidas espiritualmente, explica-se pois o abismo que se forma entre a revelação e a especulação.

Nomes Principais do Liberalismo Teológico
Friedrich Schleiermacher (1768-1834) - Teólogo e filósofo alemão, embora anti-racionalista, ensinou que não há religiões falsas e verdadeiras. Todas elas, com maior ou menor grau de eficiência, têm por objetivo ligar o homem finito com o Deus infinito, sendo o Cristianismo a melhor delas. Ao harmonizar as concepções protestantes com as convicções da burguesia culta e liberal, Scheleiermacher foi considerado radical pelos ortodoxos, e visionário pelos racionalistas. Na verdade, o seu pensamento filosófico-teológico, embora considerado liberal, está mais perto do transcendentalismo de Karl Barth.

Johann David Michalis (1717-1791) - Teólogo protestante alemão, foi o primeiro a abandonar o conceito da inspiração literal das Escrituras Sagradas.

Adolf von Harnack (1851-1930) - Teólogo protestante alemão, defende sua obra principal História dos Dogmas, a evolução dos dogmas do Cristianismo pela helenização progressiva da fé cristã primitiva. Para ele, o cristão tem todo o direito de criticar livremente os dogmas, que são a tradução intelectual do evangelho. Em outra obra, A Essência do Cristianismo, reduziu a religião cristã a uma espécie de confiança em Deus, sem dogma algum e sem cristologia.

Albrecht Rtschl (1822-1889) - Teólogo alemão ensinou que a Teologia não pode seguir Georg Hegel, filósofo alemão tributário da filosofia grega, do racionalismo cartesiano e do idealismo alemão. Ritschl ressaltou o conteúdo ético da teologia cristã e afirmou que esta deve basear-se principalmente na apreciação da vida interior de Cristo.

David Friedrich Strauss (1808-1874) - Foi o teólogo alemão que maior influência exerceu no século XIX sobre os não eclesiásticos. Tornou-se professor da Universidade de Tubigen com apenas 24 anos. No ano de 1841 lançou, em dois volumes, Fé Cristã - Seu Desenvolvimento Histórico e Seu Conflito com a Ciência Moderna, negando completamente a Bíblia, a Igreja e a Dogmática. Em 1864, publicou uma segunda Vida de Jesus, quando procurou então distinguir o Jesus histórico do Cristo ideal segundo a maneira típica dos liberais do século XIX. Em sua A Antiga e a Nova Fé, publicada em 1872, procurou mostrar a impossibilidade do Cristianismo no mundo moderno, propondo então a sua substituição por um materialismo de cunho evolucionista. Suas obras exerceram grande influência sobre os intelectuais da época. Para Strauss, Jesus é mero homem. Insiste em que é necessário escolher entre uma observação imparcial e o Cristo da fé. Ensinou que é preciso julgar o que os Evangelhos dizem de Jesus pela lei lógica, histórica e filosófica, que governa todos os eventos em todos os tempos. Não achou e não procurou um âmago histórico, mas interessou-se apenas em mostrar a presença e a origem do mito nos evangelhos. Segundo seu conceito, não somos mais cristãos, mas simplesmente religiosos. Nas obras de Strauss não há lugar para o sobrenatural. Os milagres são mitos, contados para confirmar o papel necessário de Jesus, daí as referências ao Antigo Testamento. Em resumo, Jesus não é uma figura histórica, e da vida dele nada sabemos, sendo tudo mito e lenda. Philip Schaff comenta que Strauss professa admitir a verdade abstrata da cristologia ortodoxa, “a união do divino e humano, mas perverte-a, emprestando-lhe um sentido puramente intelectual, ou panteísta. Ele nega atributos e honras divinas à gloriosa Cabeça da raça, mas aplica os mesmos atributos a uma humanidade acéfala”.

Sorem Kierkegaard (1813-1855) - Teólogo e filósofo dinamarquês. Filho de um homem rico torturado por dúvidas religiosas e sentimentos de culpa, Kierkegaard adquiriu complexos de natureza psicopatológica e possíveis deficiências somáticas. Estudou Teologia na Universidade de Copenhague, licenciando-se em 1841. Atacou a filosofia de Hegel e afastou-se mais e mais da Igreja Luterana, por julgá-la muito pouco cristã. Para o teólogo dinarmaquês, entre as atitudes (fases) estética, ética e religiosa da vida, não há mediação, como na dialética de Hegel, e não há entre elas transição, no sentido de evolução. Para chegar da fase estética à fase ética ou desta à religiosa é preciso dar um salto (ser iluminado, converter-se instantaneamente) que transforme inteiramente a vida da pessoa. Para Kierkegaard, só o Cristianismo é capaz de vencer heroicamente o mundo, sendo o panteísmo cultural de Hegel impotente contra a consciência do pecado e contra o medo e temor. Criticou o hegelianismo em sua acomodação ao mundo profano, por não ser capaz de eliminar a angústia e admitir a existência de contradições irresolúveis entre o Cristianismo e o mundo, cabendo ao homem escolher existencialmente entre esta e aquela alternativa: ser cristão ou ser não-cristão.
São profundos os conceitos de Kierkegaard sobre os estágios da vida, a diferença entre ser e existir, o subjetivo e o objetivo, o desespero, os critérios positivos para a verdadeira existência, etc. Eis alguns deles: No estágio estético, o homem leva uma existência imediata e não refletida, faltando a diferenciação entre ele e o seu mundo; no estágio ético, o homem assume a responsabilidade pelo seu próprio ser, procura alcançar-se a si - o que não pode fazer, no estágio religioso, reconhece a impossibilidade de viver conforme gostaria e descobre que o pecado é não ser o que Deus deseja que seja, e que se alcança este estado proposto por Deus através de algo que vem de fora - o próprio Deus; O tempo (e espaço) trata do que o homem é, da sua existência; e a eternidade significa que, embora o homem viva no tempo e no espaço, ele não está totalmente determinado por estes elementos; a existência fala de liberdade, possibilidade, do ideal, da obrigação; o momento de decisão é quando a eternidade intercepta o tempo; O objetivo cultural é aquilo que é, enquanto o homem fica entre o que é e o que ele pode e deve ser. A ciência limita-se ao estudo do que é, o que ela chama “a verdade”; mas os fatos, claramente aceitos jamais encerram a verdade; A essência do ser humano aparece quando traz a eternidade para dentro do tempo. Cada homem há de sofrer porque vive numa realidade muito física: liberdade versus tempo; O único que realmente resolveu o paradoxo do tempo e da eternidade foi Jesus Cristo. Ele mesmo foi um paradoxo: Deus e homem; limitado e ilimitado; ignorante e conhecedor de tudo.


Maranata. Ora Vem Senhor Jesus.
Deus abençoe a todos.
No Amor de Cristo!